quarta-feira, 13 de abril de 2011

Dia do Jornalista: há pouco para comemorar

No último dia 7 de abril comemorou-se o Dia do Jornalista. Uma data importante, se pensarmos na história desta profissão tão importante para a sociedade. No Brasil, o reconhecimento ainda tarda a ser validado. Como profissão, só fomos reconhecidos em meados dos anos 60, enquanto profissões como médicos e advogados são mais que centenárias.

O jornalista passa por diversas dificuldades na carreira, sobretudo a falta de liberdade para expor opiniões, informações e fatos. Ao contrário do que muitos pensam, ainda somos censurados no exercício da profissão, contrariando até mesmo o que diz a Constituição Federal, no artigo 5º: "todos têm direito à liberdade de opinião e informação". Não é o que vemos!

A começar pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que fez a façanha de cassar a obrigatoriedade do diploma para o exercício da função de jornalista. Segundo eles, todos têm direito à expor sua opinião. Mas há uma grande diferença entre expor opinião e divulgar um fato, acontecimento, 'furo'. Aprendemos nos bancos das faculdades de Comunicação Social - Jornalismo, que nós somos imparciais. Nós, jornalistas, não podemos, em hipótese alguma, dar nossa opinião durante uma reportagem. Trabalhamos em cima de fatos e opiniões de terceiros, sempre ouvindo os dois lados de uma situação. A conclusão do certo ou errado fica por conta de quem lê ou assiste.

A ditadura nos aplicou duros golpes, como o AI-5, que censurou a imprensa. Com a volta da democracia, pensávamos que tudo iria mudar e que o acesso à informação seria mais facilitado. Leso engano! Esta censura ainda existe, mas de forma camuflada. São benesses enviadas às chefias de redação e até mesmo aos donos dos veículos, que acabam por interferir diretamente no trabalho do jornalista/repórter. Devido à mecanismos de interesses pessoais, alguns acontecimentos têm de ser mascarados ou 'maquiados', para que não haja problemas com 'investidores' ou patrocinadores.

No interior, como é no meu caso, isso fica muito mais explícito nas relações com o poder. Fica difícil ter a liberdade e não ter o 'rabo-preso' com determinado grupo político em vigor. Não se pode denunciar, com pena de perder o emprego ou, principalmente, perder os recursos que são depositados na conta da empresa jornalística. Porém, sabemos que são estes dividendos que mantém o emprego de várias pessoas e a empresa em pé.

Ainda bem que, em pleno século 21, existem as redes sociais, blogs e fóruns on-line que permitem que a informação seja divulgada, com liberdade e isenção, sem ter que ficar 'amaciando carne alheia'. São nestes espaços que podemos discutir, debater, opinar... Mas, mesmo assim, temos que tomar cuidado, pois, em algum instante, seremos indiretamente censurados e proibidos de falar. Uma pena! Uma lástima!

Um comentário:

  1. Parabéns a todos os amigos que são jornalistas.
    Concordo com voce Luis, mas pessoas inteligentes criam caminhos alternativos, subterfugios para poder expressar seus sentimentos e opiniões, sem que ninguem as impeça...voce sabe disso
    Continue na luta e parabens pela data
    Humberto Tavares

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